terça-feira, março 14, 2006

Para o Manel Azinhal (do homónimo e patrício poeta)

Cantiga do Camarada

Camarada! Camarada!
Aqui tens a minha mão,
O meu cavalo e esta espada;
Eu sem ti não sou ninguém
E tu sem mim não és nada.

Camarada! Camarada!
Brilha no Céu uma estrela!
Vamos lá em cavalgada.
Ah! quem pudera vencê-la,
Quem me dera conquistá-la.

Camarada! Camarada!
Antes da Lua surgir,
Antes bem da madrugada
Já a estrela refulgia
No gume da minha espada.

Camarada! Camarada!
Toma lá esta certeza,
Dum irmão que tem uma espada:
Sem ti não será ninguém
E tu sem ele não és nada.

Camarada! Camarada!
A minha espada e a tua
Fecham numa encruzilhada;
A minha é a tua fé
Que não tem medo de nada.

Camarada! Camarada!
Se tu caíres na batalha
Inda fica a minha espada.
E se nós ambos morrermos
Fica outro camarada.

Que há-de findar a batalha
Por nós ambos começada.

Azinhal Abelho

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