terça-feira, novembro 29, 2005

A Tide que lava mais branco

Durante décadas a macacada que nos controla tem vindo persistentemente a branquear factos e procedimentos de natureza política que condicionaram e condicionam a nossa história e a nossa vivência diária. Fazem-nos crer que somos sidadãos livres e soberanos mas obrigam-nos a comer um caldo de lentilhas feita com os seus dejectos diarreicos com que há muito garantem uma generalizada lavagem ao cérebro. Vem isto a propósito do 25 de Novembro e das suas pífias comemorações, do género todos iguais todos diferentes. Ficamos a saber pelo napoleónico Eanes que não fora ele e sus muchachos e tudo teria continuado na mesma. (parece-me, aliás, que a sua contribuição de bastidores foi para que tudo continuasse na mesma, livrando-se apenas de uma extrema esquerda de difícil controlo bem assim como, num soberbo passe de mágica, dos spinolistas e da direita que remeteram para um ghetto de onde nunca mais saíram). A generalizada indignação popular que levou a movimentações contra a ditadura social-comunista parece que, afinal, foi uma miragem e é colocada na prateleira da agitação marginal. A Rosa e as Setas da II Internacional social-democrata que viriam a dar origem à União Central, não estavam murchas nem acabrunhadas, escondidas nas saias da mamãcia mas, segundo rezam os manuais, viçosas e na frente do combate pela Santa Liberdade. Comandos ? gente rufia e brigona, sem valor acrescentado. Padre Melo ? um sotaina perigoso de má-catadura, dado a iniciativas individualistas e marginais. MDLP ? um bando de criminosos de delito comum (que outros haverá?) que procuravam desestabilizar o regime democrático propugnado pelo MFA; segundo reza a estória, a eles e às suas provocações se deve, aliás, a agitação exacerbada da extrema esquerda. Pff...
Qualquer dia sairá uma biografia do Mário Soares com uma G3 nas mãos, como aquela do camarada Agostinho Neto que pôs os angolanos todos a rir.
Enfim, marés de branqueamento da nossa história recente para proteger conluios, interesses e compromissos que nada têm a ver com a Verdade histórica. Mas são eles que têm o poder para a escrever e ponto, ókapa e prontos, pá !
Avui, ouvi que afinal em Timor os culpados foram os americanos. O envio propositado pelo MFA de um grupo de estudantes maoístas para fundarem a Fretilin ( Abílio Araújo, do you remenber him ?) assessorados pelos inefáveis majores Mota e Jónatas foi apenas um passo grande para a liberdade do povinho timor. Claro que a atitude tíbia e racista do hoje general comentador Lemos Pilatos Pires foi apenas um equívoco ou um erro de casting, como soe dizer-se. Não, os americanos é que foram os culpados da invasão indonésia.
Ouvi, para gáudio meu, o premiozinho Nobel da Paz, o rapaz Avental Horta, afirmar que a descolonização portuguesa foi, quiçá, precipitada ! Vale mais tarde do que nunca ! Pena é que seja no seio daqueles que mais de perto viveram as consequências dessa vergonha que continuem a surgir vãsglórias pela participação de alguns dos seus membros na dita. Refiro-me a alguns padrecos de pacotilha, desavergonhados desabridos que são capazes de vender pai e mãe para que as luzes da ribalta lhe lambam gratamente o perfil. Uns safardanas...

1 comentário:

Marcos Pinho de Escobar disse...

O Engenheiro faz muitíssimo bem em relembrar estas verdades incómodas... Muitos dos responsáveis pelas "exemplares" barbaridades perpetradas da Guiné a Timor -- e que continuam impunes -- continuam a passear-se para aí com ares de estadão.
Um abraço.